O violino é um instrumento musical, classificado como instrumento de
cordas friccionadas
O violino possui quatro cordas (Mi1, Lá2, Ré3, Sol4). O timbre do
violino é agudo, brilhante e estridente, mas dependendo do encordamento
utilizado, podem-se produzir timbres mais aveludados. O som geralmente é
produzido pela acção de friccionar as cerdas de um arco de madeira sobre as
cordas. Também pode ser executado beliscando ou dedilhando as cordas
(pizzicato), pela fricção da parte de madeira do arco (col legno), ou mesmo por
percussão com os dedos ou com a parte de trás do arco.
Assim como outros instrumentos de cordas, os violinos também podem ser
amplificados eletronicamente. A sua utilização mais comum é nos naipes de
cordas das orquestras. O género mais comum é a música erudita. Existem no
entanto diversos músicos que o utilizam na música folclórica, jazz, rock e
outros géneros populares.
Na orquestra, o líder do naipe de primeiros-violinos é chamado de
spalla. Depois do maestro, ele é o comandante da orquestra. O spalla fica à
esquerda do maestro, logo na primeira estante do naipe dos primeiros-violinos.
História do violino
Os primeiros violinos foram feitos na italia entre os meados do fim do
século XVI e o início do século XVII, evoluindo de antecessores como a rebec, a
vielle e a lyra da braccio. A sua criação é atribuída ao italiano Gasparo de
Salò. Durante duzentos anos, a arte de fabricar violinos de primeira classe foi
atributo de três famílias de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivarius. Toda a
invenção do violino foi conduzida pelas raizes do instrumento milenar chines
erhu, as raizes deste instrumento foram os instrumentos de cordas friccionados
por arco mais antigos já descobertos.
O violino propriamente dito manteve-se inalterado por mil anos. A partir
do século XIX modificou-se apenas a espessura das cordas, o uso de um cavalete
mais alto e um braço mais inclinado. Inclusive, a forma do arco consolidou-se
aproximadamente nessa época. Originalmente com um formato côncavo, o arco agora
tem uma curvatura convexa, o que lhe permite suportar uma maior tensão das
crinas, graças às mudanças feitas pelo fabricante de arcos François Tourte, a
pedido do virtuose Giovanni Battista Viotti, em 1782.
O violino tem longa história na execução de músicas de raiz popular, que
vem desde os seus antecessores (como a vielle). A sua utilização tornou-se mais
expressiva a partir da segunda metade do século XV.
Stradivarius
Os violinos Stradivarius são provavelmente os mais valiosos do mundo.
Foram feitos mais de mil instrumentos, entre eles violinos, violas, violoncelos
e outros instrumentos de cordas pelo mestre Antonio Stradivarius (1644-1737),
mas actualmente restam poucos destes instrumentos. Um violino Stradivarius de
1720, não dos mais famosos, foi comprado num leilão em Novembro de 1990 por 1,7
milhão de dólares. Em 2006 foi leiloado na casa de leilões Christie's um
Stradivarius de 1729 (Hammer) que foi arrematado por 3,5 milhões de dólares.
Um dos vários segredos da beleza estética dos violinos de Stradivarius
reside no facto de o seu construtor os desenhar utilizando a Secção Áurea. A
Secção Áurea representa um elemento de equilíbrio estético. Já a sua qualidade
sonora, mesmo com as tecnologias existentes, nunca foi superada.
Cuidados
Mantenha o violino afastado do Sol, pois o calor pode fazer a madeira
rachar ou descolar.
Passar regularmente uma flanela no violino, pois a poeira além de
desgastar o violino, diminui o tempo de duração das cordas.
Limpar as mãos antes de manusear o violino.
Passar sempre que necessário a resina nas cerdas do arco, se tocar.
Afrouxar as cerdas do arco antes de guardar o instrumento, recorrendo ao
parafuso-sem-fim. Este ponto é de grande importância dado que a vara do arco
(parte da madeira) tem uma curvatura ideal para produzir o som, quando a tensão
das cerdas se mantém exagerada por longos períodos de tempo, esta curvatura
tende a desaparecer e o arco fica então inutilizado.
Execução
A execução mais comum é a fricção do arco nas cordas. Antes de tocar o
instrumento, o violinista passa sobre as cerdas uma resina chamada breu, que
tem o efeito de produzir o atrito entre as cerdas e as cordas, gerando o som. O
som produzido pelas cordas é transmitido ao corpo oco do violino, denominado
caixa de ressonância, pela alma, um cilindro de madeira que fica dentro do
corpo do violino, mais ou menos abaixo do lado direito do cavalete. A alma
liga, mecânica e acusticamente, o tampo superior ao inferior do violino,
fazendo com que o som vibre por todo o seu corpo.
Posição Correta
Corpo erecto e busto para frente. As pernas devem ficar um pouco abertas
para estabilizar o equilíbrio do corpo. Motivo: Quando o movimento do arco for
rápido, o braço direito terá maior facilidade para executar as notas. O peso do
corpo deve ficar apoiado nas duas pernas.
Posição do violino no corpo
O violino deve ser colocado em cima da clavícula esquerda e apoiado de
leve no ombro esquerdo.
O braço esquerdo deve estar na mesma direcção do pé esquerdo.
Inclinar o violino para o lado direito. Puxar a queixeira e encostá-la
no queixo, para manter o violino horizontalmente. Não levantar nem baixar o
ombro esquerdo; deixá-lo solto. A técnica do violino é muito delicada.
Forçando-se o ombro, o movimento dos braços será impedido. Se o ombro for
baixo, usar almofada (Espaleira) , para não forçar o pescoço nem o ombro. A
almofada serve para adaptar o instrumento ao corpo do aluno. A queixeira deve
ser adequada a cada pessoa para que o violinista fique bem à vontade.
Quando segurar o violino a posição tem de ser natural, isto é, sentir o
violino como se fosse uma parte do corpo. Observadas as posições acima
explicadas e o arco tocado com leveza, liberdade, harmonia de movimentos e
perpendicular em relação à corda, é mais fácil tocar o instrumento.
Como usar a mão esquerda
O cotovelo esquerdo deve situar-se por baixo do tampo do violino,
inclinado para a direita. Para facilitar a movimentação dos dedos esquerdos, o
pulso deve estar na mesma direcção do antebraço e completamente relaxado.
A conjuntura dos dedos esquerdos deve estar na altura das cordas. Os 4
dedos (indicador, médio, anelar e mínimo) devem estar encurvados. Colocá-los na
direcção da corda, para depois pousá-los.
O polegar deve estar apoiado ao de leve no braço do violino, na direcção
entre os dois primeiros dedos (indicador e médio). O polegar deve estar assim
para que os 4 dedos restantes se apoiem com a mesma força nas cordas. Se alguém
tiver o polegar maior, este sobressairá para cima do braço do violino junto à
corda sol.
Quando as cordas forem abaixadas pelos dedos, cuidado para não endurecer
as falanges dos dedos, nem o cotovelo. Os dedos devem ser colocados sem força,
de modo leve sobre as cordas. Quando os dedos não estão sendo usados, deixá-los
na posição natural, isto é, encurvados.
Como pegar o arco
Deixar o braço direito solto, como se estivesse a andar. Pegar no arco
com a mão direita livre, sem modificar sua posição. Isto facilitará a
movimentação do arco nas cordas.
(Deixar todo o peso do braço sobre o arco, como se o braço estivesse
morto).
Forma igual à anterior, com as duas falanges do polegar um pouco
curvadas. A extremidade do polegar deve estar na extremidade do talão, deixando
o polegar metade para a madeira do arco e metade para o talão. O polegar deve
estar perpendicular em relação ao arco.
Segurar o arco entre a 1ª e 2ª falanges do indicador e na 1ª falange do
médio; deixar o dedo mínimo na forma arredondada, perto do botão do arco, e
segurando pela ponta. O dedo anelar é deixado naturalmente. O polegar deve
estar no meio do dedo indicador e do médio, só que do outro lado do arco.
Segurar o arco correctamente é muito importante para uma boa execução. O
indicador direito controla a pressão do arco nas cordas, o que afecta o volume
e o timbre do instrumento. O violinista precisa manter todo o corpo relaxado, à
vontade.
É importante dizer que o dedo indicador e o dedo mínimo promovem funções
importantes na intensidade do som obtido. Estas funções são chamadas de
pronação e supinação,que são feitos através da ”rotação” do “antebraço”.
Pronação
A pronação é o movimento de pressionar o dedo indicador no arco (rodar o
antebraço para o lado esquerdo gerando pressão no dedo indicador), aliviando a
pressão exercida pelo dedo mínimo (mindinho). Este movimento acarretará uma
maior intensidade do som.
Supinação
A supinação é o movimento de pressionar o dedo mínimo no arco (rodar o
antebraço para o lado direito) aliviando a pressão do dedo indicador, fazendo
com que o som seja menos intenso. NOTA: Não é necessário fazer pressão com o
dedo mínimo, pois o próprio peso do talão é suficiente para a intensidade do
som.
Observação: Ponta do arco: Pronação. Talão do arco:
Supinação.
É importante para o violinista dominar estas técnicas, aliadas com
outras, para uma melhor qualidade nas execuções.
Técnicas de arco
Pizzicato (beliscado): Os
violinistas nem sempre usam o arco quando tocam. O pizzicato consiste em tocar
as cordas com os dedos, dando pequenos puxões ou beliscadas. Raramente o
pizzicato se estende pela melodia inteira, e quando se lê na partitura a palavra
arco os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco.
Vibrato (vibrado): Uma das
importantes técnicas de instrumentos de cordas. Existem 3 tipos de vibrato: o
de dedo, o de punho e o de braço. Consiste em fazer o som vibrar, formando uma
flutuação mínima na afinação da nota, para cima e para baixo. O vibrato de dedo
é para passagens mais rápidas. O de punho é o mais comum, e o de braço é para
expressar com certa força, paixão, drama um trecho. É usado sobretudo em notas
longas.
Corda dupla: Significa
tocar, ao mesmo tempo, em duas, três cordas ou até mesmo quatro cordas, e
consequentemente duas, três ou quatro notas (sob a forma de acordes), de uma só
vez. É possível tocar três ou quatro cordas simultaneamente, sob a forma de
acordes, porém pode-se sustentar apenas duas adjacentes.
Harmónico ou Flautado: Notas suaves
produzidas pelo toque muito leve com a polpa dos dedos em pontos estratégicos
sobre a corda. Assemelham-se às notas da flauta e são usadas com mais
frequência na música moderna.
Glissando (deslizando): O violinista
escorrega o dedo sobre a corda, tocando todas as notas dentro do intervalo
tocado, o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos. Os glissandi
aparecem quase exclusivamente nas músicas do século XX.
Sul ponticello (sobre o cavalete): Indica que o violinista deve passar o arco
próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre brilhante e estridente.
Sul tasto (sobre o espelho): Indica que o
violinista deve tanger o arco próximo ao espelho, o que origina um timbre
velado e mais suave.
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